terça-feira, 9 de outubro de 2012

Juíza acusada de “alienação parental” no caso do homicídio da Mamarrosa


10 Out 2012, 13:12
A advogada Arménia Coimbra não poupou críticas à postura assumida pela juíza Ana Joaquina Carriço em processos de regulação do poder paternal antes e depois do homicídio de Cláudio Rio Mendes. 
A especialista em direito de família representou o advogado do Porto morto, em Fevereiro de 2011,  pelo pai da sua ex-companheira, António Ferreira da Silva, quando visitava a única filha num parque na Mamarrosa, Oliveira do Bairro.
A advogada do falecido disse ontem no tribunal de Anadia que “o fio condutor” da atuação de Ana Joaquina era de “oposição” a que o pai estivesse com a filha, desde o nascimento. “Para mim, é um caso típico de alienação parental”, afirmou

Num depoimento que teve momentos muito tensos, designadamente nas questões colocadas pela defesa, Arménia Coimbra, disse ter visto na ação de inibição paternal interposta pela juíza em fins de 2010 um expediente para suspender a conferência de pais que se aproximava.
“Por melhor que sejam os tribunais, o processo do Cláudio é de sucessivos incidentes”, constatou.
A juíza foi, ainda, acusada de recorrer a “convições próprias, suspeitas pessoais e sem relatar factos”.
Arménia Coimbra disse, de resto, estar a reviver o que o seu cliente passou, “num jogo do gato e rato”, ao representar atualmemte os pais do falecido num processo para conseguirem visitarem a neta.
Garantiu também que o regime provisório de visitas ao abrigo do qual houve dois encontros entre Cláudio Rio Mendes e a filha, no inicio de 2011, o segundo foi fatídico, não previa a presença de terceiros, ao contrário do que acabaria por suceder em ambas as ocasiões quando estiveram familiares paternos, entre outras pessoas.
A criança deveria ser entregue pela mãe no local. “Fiquei sem qualquer dúvida que era apenas pai e filha. Se o acordo fosse outro ficaria expressamente escrito”, disse Arménia Coimbra quando se procuravam esclarecer dúvidas deixadas pelo depoimento de outro advogado. Hermínio Martins, que também representava Cláudio Rio Mendes na regulação parental, afirmou em tribunal que se a juíza do tribunal de família “recomendou” a ausência de familiares, “sem proibir”.
A pedido do advogado assistente, o coletivo exibiu, num momento emotivo, filmes gravados pelo falecido nas visitas à filha, em casa dos avós maternos. Cláudio Rio Mendes registou quando que ficava à porta à espera de autorização para entrar e também a presença vigilante de uma tia-avó do arguido enquanto brincava com Adriana, à data de quatro anos.